INTROSPECÇÃO
CITADINA
Jaguaruana, meu berço fulgurante,
nos dias que se aproximam de seu aniversário, fiquei imbuído por uma
introspecção. Bem da verdade não seria um mergulho em mim, mas é como se eu me colocasse
no lugar da cidade e esboçasse uma introspecção citadina. E como em toda
avaliação, ainda esta seja um tanto esdrúxula, surge inúmeras indagações que
por incrível que pareça continuam sem respostas, apesar de nossa história tão
longeva. Estamos à véspera de uma nova eleição municipal e esta introspecção
citadina é importante ser feita por todos os cidadãos jaguaruanenses. Alguns
talvez vão dizer que seja cedo fazer qualquer avaliação eleitoral, ainda mais
se não há a formação de um quadro político definitiva para o embate. A estes eu
digo que a introspecção não está preocupada em nomear pessoas ou denominá-las
como mocinhos ou vilões, é algo mais pessoal, ou melhor, mais cidade, se assim
posso me expressar. Seria o conflito do “eu”, como se este “eu” – reitero –
fosse Jaguaruana.
Cada munícipe deve montar mnemonicamente
o seu retrato de cidade. Isso que descrevo aqui pode parecer algo onírico,
idéias alicerçadas em bases incorpóreas, cuja sustentação dilui-se ao menor
confronto com a realidade. Engana-se o leitor que entender por este prisma.
Quando uso a palavra introspecção, apesar do viés psicológico, a sua aplicação
tem um efeito direto na esfera realística de nosso cotidiano. Particularmente,
tenho pensado demasiadamente em fomentar um grupo de discussão política (sob a
luz da ciência política) e de formular um documento de intenções que poderia
ser assinado e registrado em cartório por todos os candidatos ao Paço
Municipal, também sei que não disponho desse tempo. Por isso no momento queria
sugestionar aos amigos, colegas e todos os jaguaruanenses essa introspecção
tecida no silêncio de cada íntimo.
Agora de nada vai adiantar essa
introspecção citadina, se a mesma adormecer na omissão que reproduzimos no
dia-a-dia. Ela deve demonstrada nas ações políticas que cabem ao cidadão, na
formação da opinião pública local e, sobretudo, nas plataformas políticas dos
possíveis candidatos. Nesse dias festivos de aplausos e alegria, não vai custar
nada a qualquer cidadão tentar – cada um do seu modo – personificar “Jaguaruana”
dentro de si.