terça-feira, 26 de julho de 2011

LIRA JAGUARUANENSE

NOSSA SENHORA SANTANA DE JAGUARUANA


Nossa Santa querida eu vou louvar
Nesse dia festivo com amor
Dedilhando um poema de lavor
Na cadência da lira popular
O martelo de verso vai troar
Sobre o prego da minha inspiração
Ressoando o penhor da gratidão
Que se tem por Santana, avó querida
Protegei os teus devotos nessa lida
Derramando esplendor e salvação.

Protegei meu torrão com mui carinho
Protegei nossa rede e o tecelão
Protegei a carnaúba e o ribeirão
Protegei a caatinga e o passarinho
E protegei este bardo miudinho
Que tem cor encorpada do café
Salve avó de Jesus de Nazaré!
Padroeira da Terra de Ivonete (*)
Cuja sua grandeza se reflete
Neste povo que se orna com a fé.


________________________________
(*) Ivonete Maia, jornalista.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CRÔNICA JAGUARUANENSE


Fala-se na necessidade de um deputado estadual filho da terra, contudo essa iniciativa não nasce de um dia para o outro. O problema de algumas lideranças políticas que se candidatam ao cargo é que querem ia ao céu sem a prece, ou seja, não constroem um trabalho político conciso e querem que os eleitores embarquem nas suas lutas quixotescas. Quem trabalha com política sabe que uma liderança política a nível estadual tem que aglutinar ao seu redor força política de peso. Além disso, é preciso fazer seu nome na comunidade, na cidade e na região. Quando me refiro a fazer o seu nome não é fazer assistencialismo pirotécnico e nem estar na mídia local. Inicialmente é costurar parceria com lideranças locais, ser ponte de projetos sociais entre comunidades e governo, construindo laços políticos com nomes fortes no cenário político estadual e federal. A exemplo, das escolas de samba que começam a trabalhar para o próximo desfile na quarta-feira de cinzas. Os candidatos jaguaruanenses são iguais a peru de natal morrem de véspera. Mas por quê? Ora porque acham que a política só se processa nas vésperas e nas eleições, esquecendo que a política sobrepõe o tempo e o espaço.

Um grande exemplo que simplifica isso vem de um grande político chamado Luiz Inácio Lula da Silva, quando perdeu sua primeira eleição; sabe o que ele fez? Primeiramente ele entendeu que pouca gente o conhecia, não sabiam de sua história e nem tampouco entendiam seus planos políticos. Ali nascia a Caravana da Cidadania onde ele rodou todo o país se apresentando para o povo, inclusive esteve em Jaguaruana. Nessa viagem, ele nem se apresentava como candidato, mas sim apenas como um ativista das causas sociais. Não deu outra! Isso é lógica política!

Entendo que neste momento, aliás, em todos os momentos é primordial um representante de nossa terra genuinamente filho daqui, contudo não podemos colocar qualquer um só porque se diz filho de Jaguaruana. O buraco é mais embaixo! Tem que ser uma pessoa preparada, politicamente conciliadora e, sobretudo, democrática. Uma pessoa que não precisa de pirotecnia e nem esbanjamento de dinheiro para se mostrar que é o nome certo, contudo tem que ser presente – se possível onipresente. Que apresente uma plataforma de governo coerente (o que é mais difícil) e transmita confiança! Não adianta nessas horas dizer que um deputado jaguaruanense iria resolver alguma coisa; eu duvido. Já tivemos e nem por isso nossa cidade foi lembrada e muito menos beneficiada com alguma coisa; a história está aí para provar!

sábado, 2 de julho de 2011

CRÔNICA JAGUARUANENSE


A nossa história não me deixa mentir, a cidade que hoje ostenta toda essa força produtiva e incontestável, lá atrás precisou de um componente que andava esquecido de nosso meio: a união! Quando ainda éramos Caatinga do Góis, os nossos antepassados lutaram contra patacuda comarca de Aracati que na época era um importantíssimo centro econômico da província do Ceará, pela o status de distrito de paz; era o primeiro passo para nossa emancipação. A comarca de Aracati resistiu o que pode, inclusive deu o título de distrito de paz ao Giqui com intuito de rachar e extirpar a luta. Contudo, a união deu-nos o que era merecido, Caatinga do Góis viria a se tornar distrito de paz, derrotando as vontades despóticas de Aracati. Após essa vitória gloriosa, a palavra união passou a dormir em nossas redes, passear pela Rua da Matriz e Comércio e vislumbrar ao longe a imponência da Serra D’Antas. Éramos tão íntimos da palavra união que a primeira entidade associativa que lutou pela emancipação apropriou-se do nome “União”. O objetivo era tornar-se vila (titulo da época imperial que equivaleria ao título de cidade), não foi fácil, outra vez Aracati entrou no caminho e nessa hora a união de nosso povo derrubou o gigante. Éramos vila legalmente em 1865 e nessa época já estávamos tão íntimos da palavra união que todo o povo decidiu o nome daquela vila, seria: Vila de União. O romance com a união ia se criando outros triunfos como, por exemplo, a abolição dos escravos antes do estado e do Brasil. Até que um dia, alguns conterrâneos contaminados pelo poder decidiram escorraçar a palavra união de nossa cidade, trocando-a pelo jogo politiqueiro.

Aquela Vila de União dividiu-se em dois partidos que se digladiavam pelo trono do paço municipal. Os velhos tempos de unidos já fazia parte apenas das conversas saudosas dos antigos moradores. Íamos ficando tão afastado da palavra união, que o seu nome já não figurava o nome de nossa cidade. Viramos Jaguaruana e esquecemos-nos de chamar a união para ver o novo nome. Sem a união, o atraso apoderou-se das nossas casas e aqui instalou seus tentáculos. A política bipolarizada contribuía ainda mais para que o atraso fosse se tornando uma amásia.
Não nego que sinto falta da união, ainda que nunca tenha alcançado sua estadia na minha cidade. E sei que é ela que vai nos salvar!