sexta-feira, 29 de abril de 2011

CRÔNICAS JAGUARUANENSES


ODE A MINHA TERRA



                Lá o tempo é letárgico morosamente prazenteiro, empurrado pelos cantos dos galos e os sons dos batelões1. Não há pressa. O relógio, por vezes, sente-se inútil e tenta suicídio pulando da ponte do João Gomes. A vida anda de pés descalços sem se importar com os dribles da morte, toma uma cachacinha e come um sarrabulho no mercado velho. A morte senta-se na calçada e conversa com o “Sardanha” que balbucia: “Morrer é bom, né?”. As ruas de pedras toscas testemunham os estalos dos cacos dos jegues tocando o chão, os gemidos das carroças d’água, os tangidos de seus carroceiros, o leiteiro, o homem com o balaio de pão sobre a cabeça e as mulheres carregando inúmeras redes nos ombros. Os lunáticos tomam a cidade como se fossem conquistadores ibéricos, fincando suas bandeiras em nosso imaginário.

                Quem não conhece a cidade pode achar que se trata de mais uma cidadezinha esquecida no tempo, mas o que poucos imaginam e presumem é que essa cidade guarda no seu interior a força de uma locomotiva. Minha cidade assemelha-se a caatinga que se apresenta seca e aparentemente sem vida, omitindo dos olhos leigos as suas riquezas imensuráveis.


(1)Nome dado ao local do fabrico de redes de dormir, onde acontece quase todo o processo produtivo.  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Lira Jaguaruanense


-III-

O doce balanço da rede tecida
Tecida com arte por um tecelão
Que a fez primorosa lá no batelão
É a marca da terra por mim tão querida
Cultura briosa jamais esquecida
Por gente nenhuma daquele lugar
Eu falo direto, mas vou relembrar
Cortejo meu berço, versando hosana
Meu amor indelével é pra Jaguaruana
Cantando galope na beira do mar.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

POLÍTICA JAGUARUANENSE


Nomes para concorrer às eleições eclodem aos montes, contudo nenhum nome propõe mudanças significativas para Jaguaruana. Quero saber do plano de governo para cidade, ações sérias e que se coadunam com a nossa cidade. Nada de coisas mirabolantes e anos-luz distantes de nossa realidade. Nada de figuras manipuladas no “Photoshop” que ilustram beleza e ocultam (nas entrelinhas) um estelionato político. Está na hora do povo não aceitar os discursos polidos e exigir as ações que transcendem a retórica. É preciso banir o vernáculo “mentira” do dicionário da política jaguaruanense.

Outro fato que me causa asco são essas picuinhas de rivalidades políticas. O atraso de nossa cidade está nisso, nessa estupidez de ver um conterrâneo como um inimigo político. Quem vota no “A” tem seus motivos, quem vota no “B” também e assim sucessivamente. Ninguém é rebanho de gado para seguir na mesma estrada! Cada um escolhe a sua opção segundo o seu raciocínio e responde por seus atos.

Vamos fazer do pleito de 2012 um ato democrático ungido pela paz e a liberdade de escolha. Queira Deus que não haja violências físicas e verbais, nem muito menos o abuso de poder econômico. Nem as cartas apócrifas que difamam pessoas, tirando-lhe o princípio da presunção da inocência e ampla defesa! Quem apóia essas práticas criminosas, criminoso também é. Rezemos para que Deus dê discernimento aos políticos jaguaruanenses e nós os eleitores.